É tudo pra ontem
Palavras iniciais
do Emicida.
“O
meu sonho e as minhas lutas começaram muito antes da minha chegada”
- A
riqueza das cidades foi criada em cima do trabalho e apagamento do negro.
-
Esse apagamento cultural e econômico do negro levou-o à marginalização
habitacional nas grandes cidades.
- O
rip hop, o Breik e o grafite se tornaram uma maneira do jovem negro se
expressar e protestar.
A
rua é nóis. É potencializar!
-
Essa arte, [vinda de pessoas marginalizadas] se torna uma forma de falar do
racismo e da discriminação.
E conecta as ideias de operários com intelectuais negros(as).
- O
rap é mais que denúncia. É potência e transformação!
O negro precisa ocupar todos os lugares que lhe foi negado ao longo dos anos. Inclusive o Teatro Municipal de São Paulo.
“Tenho sangrado demais
Tenho
chorado pra cachorro
Ano
passado eu morri
Mas
esse ano eu não morro”
“A beira da ladeira desce
O
ônibus já se foi
O
sol só vem depois
Mesmo
sendo o astro rei
Só
vem depois”
Emicida
Fala
de uma realidade das pessoas que moram longe e precisam sair cedo para o
trabalho no centro das cidades. Bela música!
O
negro precisa dessas visões para reflexões. De um modo geral, todo negro viveu
[ou pelo menos os pais ou avós] isso de morar longe, sair cedo e voltar tarde
(e cansado).
“O sol só vem depois que dona Maria já saiu!”
O filme faz o resgate de muitos negros(as) velhos(as) que ajudaram na luta antirracista, mas ficaram escondidos(as). (foram apagados(as)).
“Tudo que nóis temo é nóis!
A
gente não pode se desconectar
A
gente nasceu pra viver incluído!”
Sobre a missão do Emicida:
“minha missão é devolver a alma de cada um dos meus irmãos e minhas irmãs toda vez que eu pegar uma caneta ou um microfone!”
Não há um prédio, uma estrada que não tenha a mão negra.
E
muitas vezes projetado por negros. Dando beleza aos prédios.
Resgate de compositores como Dona Ivone Lara, Candeia, Pixinguinha, Leci Brandão, entre outros.
Resgate do início da criação do MNU.
Com Lélia Gonzales se começa a discutir trans intersecção entre raça, classe e sexo.
Tudo
isso dentro da ditadura militar.
Ela
dizia que precisávamos acabar com a discriminação e a exploração.
E
para vivermos uma real democracia racial, precisávamos viver numa democracia.
Em muitos momentos da história do país, o negro se levantou contra o Estado e contra o racismo. Era preciso que o Estado reconhecesse o protagonismo negro na sociedade.
Esse apagamento do negro, fez com que Ruth de Sousa e Carolina de Jesus não fossem alçadas ao lugar de direito.
Ruth foi a primeira atriz brasileira a ser indicada ao prêmio Leão de Ouro, em Veneza.
Carolina
teve sua obra traduzida para mais de treze idiomas.
Ter levado Pablo Vitar e Majur para cantar no Municipal foi algo espetacular!
São dessas e outras coisas que o filme “AmarElo – É Tudo pra ontem!” trata.
Tudo que nóis temo é nóis!
Nenhum comentário:
Postar um comentário