Apontamentos feitos por PauloRodrigues
Livro:
Solitária
Autora: Eliana
Alves Cruz
Na orelha do livro
Eunice / Mabel
[mãe e filha]
Mãe não quer que a
filha seja empregada doméstica.
Filha quer que a
mãe não seja mais empregada doméstica.
Livro trata de
questões urgentes:
Pandemia – ações afirmativas
– direitos reprodutivos, dando um toque de atualidade à trama.
Solitária
reelabora as sobrevidas da escravidão colonial.
1.
Quintal
pág 11
Apresentação de
Eunice e Jurandir. Casados. Ele porteiro, ela empregada doméstica.
Mabel [filha de
Eunice] é a narradora.
2.
Planta
baixa pág 15
Em 1998 / 99 a mãe
leva a filha pequena para o trabalho.
A patroa Lúcia não
gosta.
A vó não pôde
ficar com a neta.
Na pág. 18,
informação de que Eunice é negra.
A descrição da
situação do quartinho lembra o filme “A que horas ele volta”.
Na pág. 19, quem
mora no quartinho “é quase da família”. É um lugar onde se estivesse sempre ao
alcance da mão, da voz...
3.
Piscina,
pág 22
O parâmetro que
Mabel tem da riqueza são as novelas.
Pág. 26, a gente
sempre foi miniatura de adulto.
Irene [uma menina
que estava na casa ajudando] era mais uma na lista.
[crianças sendo
tratadas como adultos].
4.
Cozinha,
pág 24
Nenhuma anotação.
5.
Escritório,
27
A demissão sumária
da empregada Eunice por levar filha pequena para o trabalho.
A reconsideração
da demissão.
A metáfora do
bode.
Tudo mudaria
devido a novas despesas, mas só no quartinho.
6.
Portaria,
pág 31
Eunice com olho
manchado.
Não é dito, mas
andou apanhando.
Irene é devolvida
para casa no interior. “criança cuidando de outra criança”, disse o jornal.
Na pág. 34, Eunice
é pessoa que ajuda a todos.
Na pág. 33, o
econômico sempre presente. Tiago [marido de Lúcia] “faz os milagres
acontecerem”.
7.
Salão
de festas, pág 35
Festa de aniversário
no condomínio para o filho de Jurandir.
Jurandir não é o
pai de Mabel.
Toca a música do
Bebeto [cantor brasileiro] “Minha preta”.
Jurandir dança com
Eunice.
8.
Portão,
pág 38
O pai de Mabel
[Sérgio] vai ao prédio onde Eunice trabalha e mora. Está bêbado. Implica com as
roupas e perfumes de Eunice.
Foi buscar
dinheiro. É pessoa violenta. Faz ameaças aos porteiros, a Eunice, e a moradores
que venham a mexer com a filha.
9.
Calçada,
pág 41
O pai de Mabel era
jardineiro.
Gostava de viver
mais na rua do que numa casa.
Era doce ao lidar
com plantas, mas bastava um gole e se transformava em pessoa rude, bruta.
Há pequena
reflexão sobre as causas de pessoas morarem nas ruas, “pessoas vão para as ruas
por muitos motivos e circunstâncias”.
10.
Quarto
de bebê, pág 43
Na pág. 43, Camila
[filha de patroa, Lúcia] é herdeira da riqueza.
Mimada, chata.
Sobra para Mabel ajudar a cuidar de Camila.
Outra criança
cuidando de crianças.
Quando Mabel tem
11 anos, Camila tem 6.
Nessa época, Mabel
decide que não quer ser igual à mãe [muito humilde e serviçal], nem à dona
Lúcia [socialite e fútil].
11.
Escadas,
pág 47
Todos são jovens,
perto dos 15 anos.
Dedicação aos estudos: Mabel, na medicina;
Cacá, na informática; João, não acreditando muito nos estudos, em negócio próprio.
João comenta: dona
Lúcia conseguiu tudo com os estudos, ou foram as heranças?
12.
Banheiro,
pág 54
Mabel se descobre
grávida.
A moradora do apto
32, também grávida de João, consegue fazer aborto.
No banheiro de
luxo, sente a solidão, as paredes do banheiro se estreitando sobre ela.
13.
Pracinha,
pág 58
Mabel pensa no
suicídio.
Na pág. 59, Mabel
acha que é a única culpada por estar grávida.
Muitas vezes,
parece que a mulher fez sozinha a gravidez.
A enfermeira Hilda
diz para Cacau como a moradora do apto 31 fez o aborto.
14.
Recepção,
pág 62
Primeira tentativa
de fazer o procedimento.
Buscar
informações, mas não fazer.
Dona Lúcia volta
da viagem e nota que Mabel está grávida. Ajuda a buscar soluções para o aborto.
15.
Banheirinho,
pág 65
Mabel pratica o aborto.
Com comprimidos.
Dona Lúcia
forneceu toda a logística e dinheiro, mas não participou para ajudar Mabel.
16.
Janela,
pág 68
Os jovens começam
a amadurecer cedo.
João alerta Mabel
que dona Lúcia a ajudou para não perder 2 empregadas pelo preço de uma.
Não ficar presa
“nesse alívio e gratidão”.
Tempo de
formatura.
Jurandir contente
com o sucesso de Cacau nos estudos.
Na pág. 72, o
general Mingau rouba a palavra e disse para os jovens não usarem a bobagem e a
desonestidade das cotas.
2ª parte
17.
Quintal,
pág 75
Eunice é a
narradora agora.
Houve alguma briga
com Mabel e Camila.
Fala-se em
delegacia. Eunice acusando dona Lúcia.
Mabel no curso de
medicina. As dificuldades para comprar livros.
18.
Sala
de estar, pág 78
“...deu muito
trabalho ajeitar a bagunça, Eunice? ...passando o polegar sobre a mesinha...”
Isso é um teste
que patroas fazem para ver se a limpeza ficou boa.
Esqueceram uma
carteira recheada de dinheiro entre as almofadas. Ao entregar a carteira para a
patroa, esta conta nota por nota o dinheiro.
Foi mais um teste.
Nome de mãe de
Eunice: dona Codinha.
19.
Jardim,
pág 81
Mãe de Eunice
tinha caboclos e pretos velhos num altar no jardim de casa, mas ia à igreja do
bairro. “era engraçado isso, pensa Eunice”.
Sonhos de estudos
[da Eunice] e planos de viagem [do Sérgio] foram ficando no passado. Não havia condições.
Se narra com mais
detalhes a confusão com Sérgio que havia ido pedir dinheiro para Eunice no
trabalho dela.
Jurandir queria
ficar com Eunice, mas ainda havia o marido dela. Ela tinha medo das
consequências.
20.
Parede,
pág 85
Bruninho, depois
de tempos, visita dona Lúcia.
Agora usando
cadeira de rodas. Camila provoca Bruninho. Na sequência, o vaso chinês é
quebrado. Tiago busca os papéis do seguro. Só pensa em dinheiro.
Camila se mostra má.
Mabel aponta isso para a mãe, que não consegue ver.
21.
Quarto
de despejo, pág 89
Eunice encontra
Mabel e João Pedro no quarto de coisas descartáveis.
Ao emparedara
filha, acaba ouvindo muitas coisas que ainda não tinham sido ditas entre as
duas.
Eunice percebe que
a história dela se repete com Mabel.
Mabel acha que a
mãe só tem olhos para Camila.
Mas a mãe diz que
Mabel é a mais importante em toda a sua vida. São olhares diferentes de mãe e
filha.
22.
Salinha,
pág 93
Acerto de contas
entre Jurandir e os dois filhos, e Eunice e a filha.
Conversa sobre o
acontecido no quarto de despejos.
Mabel diz que
gostaria que o pai dela se preocupasse com ela como o Jurandir se preocupa com
os filhos dele.
23.
Área
de serviços, pág 96
Mabel lia
Conceição Evaristo.
“...em boca
fechada não entra mosquito, mas também não cabem risos e sorrisos”.
A serviçal é
invisível, e a sua criança também deve ser.
A mãe de Eunice
passa mal e a patroa não permite que Eunice se ausente do trabalho.
Depois de
discussão, Eunice vai cuidar da mãe.
24.
Capela,
pág 99
Encontro com
Sérgio, pai de Mabel, na ponte. Era um buraco difícil de entrar.
Reencontro de pai
e filha. Sérgio vai voltar para o interior. Se pergunta o a vida não fez com
ele. Está perdido na cidade.
D. Codinha: fala
de ensinamentos medicinais e dá um empurram na vida da filha, Eunice.
As diversas
plantas no terreno de D. Codinha. Cada planta tem uma história. A vida pobre
também tem histórias simples e belas.
25.
Porta
de entrada, pág 105
Nada mudava entra
os que serviam nem nos que eram servidos.
Mabel passa no
vestibular para medicina. Em universidade pública.
Mabel diz coisas
engasgadas há tempos para a família de dona Lúcia.
26.
Chão,
pág 112
Na pág. 114, “as
vezes a gente se acostuma com uma situação ruim, mas não quer sair porque é
conhecida.
Assim me sentia
trabalhando na casa de dona Lúcia”.
Jurandir pede
Eunice em casamento.
Jurandir, Cacau,
Eunice, Mabel vão a um forró.
27.
Criada-muda,
pág 116
Eunice fica
sabendo sobre o aborto de Mabel no passado. Dona Lúcia dá a caixa de abortivos
para Eunice.
Se descobre que a
síndica mantém a empregada Dadá em situação análoga à escravidão.
Na pág 122, Dadá
mora em um quartinho em condições piores que o buraco em que Sérgio morava no
viaduto.
28.
Telefone,
pág 123
Na pág 125, “os
moradores do prédio fizeram uma reunião para discutir a situação dos
empregados”. “Muitos moradores estavam com medo do que aconteceu com Dadá.
Pagar um advogado”.
29.
Espelho
de Cristal, pág 127
Lembrou o caso do
menino de Recife que caiu de uma janela do 5º andar.
Também tinha
ficado com a patroa, enquanto a mãe passeava com o cãozinho da patroa.
Os móveis na casa
dos ricos têm histórias de viagem. Quando quebram é como se enterrassem alguém
da família.
Na casa dos pobres,
como são comprados nos Magazines da cidade, não têm histórias.
30.
Laje,
pág 134
Narra a queda do
menino. Não morreu.
Dona Lúcia combina
com todos da casa que ela vai assumir que estava na casa quando o menino caiu.
Dona Lúcia tenta
livrar Camila.
1ª parte – Mabel
narra
2ª parte – Eunice
narra
3ª parte – o
quartinho narra
3ª Parte
31.
Quarto
de Empregada, pág 139
O quarto narra
como eram e como pensavam as pessoas que passaram por ele.
Narra como foi a
queda do menino Gilberto, filho de Luzia, da janela.
O interrogatório
de Eunice.
Semelhante ao
menino que caiu em Recife.
32.
Quarto
de Porteiro, pág 146
Onde se tenta
abafar a responsabilidade de Camila. Mas Jurandir e filhos, Eunice e filha
discutem para fazer Camila responder pelo acidente.
33.
Quarto
de Hospital, pág 151
É sobre a
covid-19.
Que não tinha
entrado na história ainda.
Algumas situações
sobre a covid-19:
- Empregada teve;
patrões também
- Tratar com
remédios ineficazes
- Falta de
oxigênio
- Entregadores com
moto
- Paciente não
quer ser atendido por enfermeira negra
Mabel descobre que
a mãe ajudou Irene a se formar. [isso é narrado pelas paredes].
34.
Quarto
de Descanso, pág 158
Onde Eunice diz ao
delegado como tudo aconteceu.
Camila começa a
responder processo.
Mabel lê em
“Cartas para uma negra”: o problema da faxina é o cheiro da vida dos outros.
Finaliza: o quarto
de descanso é todo aquele que tem o cheiro da nossa própria vida.