domingo, 11 de dezembro de 2022

Pequenos apontamentos para O Olho Mais Azul - 11dez22

 

Nosso grupo para "O Olho Mais Azul"

Em 10dez22, o Quilombo Literário se reuniu para analisar a obra “O Olho Mais Azul” da autora Toni Morrison.

Em princípio, pensávamos fazer o encontro na cobertura do prédio [espaço reservado há mais de mês]. Porém, no momento havia um grupo assando carne e ouvindo música em volume elevado. Não havia clima para equalizar os dois grupos ao mesmo tempo. O encontro foi feito no apartamento. O que foi muito bem aceito por todos e o resultado foi bem agradável. Deu um tom familiar e aconchegante.

Inicialmente, todos os presentes se apresentaram e, quem quis, fez uma pequena fala sobre assunto de seu interesse.

Informou-se ao grupo que há um colégio que deseja fazer uma parceria com o Quilombo Literário. Porém, esse professor entrou em contato e depois não mais respondeu ao nosso email. Quando ele responder, daremos continuidade à proposta da escola.

Também o grupo reforçou a ideia de levar o Quilombo para dentro da Biblioteca Pública do Estado. Lá, por ser um espaço público, deveremos abrir o grupo, ou seja, será possível que qualquer interessada no livro ou filme que estejamos discutindo possa participar. Em princípio, como ouvinte, e, caso tenha lido o livro ou assistido ao filme, como um debatedor. Será uma nova etapa para o grupo. E com direito a participar da grade de programação mensal da Biblioteca.

Toni Morrison escreveu o livro durante as lutas por direitos civis nos EUA. O livro reflete um pouco a luta dos negros daquele momento, mas que estão presentes hoje ainda no dia a dia de qualquer negro em qualquer canto.

Basicamente, uma menina negra que sofre bullying na escola e na comunidade onde vive, percebe que se ela conseguir ter olhos azuis esses problemas acabaram, pois quem tem olhos azuis não passa por tais problemas. Assim ela pensava.

Por baixo dessa situação está toda a problemática do racismo e suas implicações na vida dos negros. É sobre isso que a autora se debruça.

Algumas anotações feitas para levar para o debate e que não foram utilizadas. Muitas dessas ideias foram apresentadas por outros colegas:

Cholly o pai; Poly a mãe; Pecola a filha; entre outros personagens. Os pais nascem no Sul, migram para Ohio após casamento, onde há indústrias para trabalho.

Pág 120, o dinheiro tornou-se o centro de todas as discussões. O dela para roupas, o dele para bebidas. [aqui se fala nos motivos de atrito do casal];

Pág. 118, mudam-se para Ohio. Cholly vai para as siderúrgicas, Poly, cuidar da casa.

Pág. 124, a única hora em que era feliz [Poly] era quando estava no cinema;

Pág. 126, “elas dão à luz logo e sem dor”. “Eu sentia tanta dor quanto às brancas”. [Poly falando sobre anestesias, partos];

Pág. 128, se tornou a empregada ideal, esse papel lhe preenchia todas as necessidades. [Poly resolvia todos os problemas da família branca (era a ideal), e isso abafava as necessidades não resolvidas que tinha em casa];

Pág. 160 – 161, Cholly veio de infância/família desregrada. Não sabia como levar uma família. O que o desorientou foi o aparecimento dos filhos (pág 161);

Pág. 163, estupro da Pecola por Cholly (pai e filha);

Pág. 133, com 4 dias de vida a mãe de Cholly o envolveu em cobertores e o pôs no lixo;

Pág. 50, Pecola sofre bullyng e reza todos os dias para ter olhos azuis;

Pág. 44 – 49, casal Breelove [Cholly e Poy] briga por carvão (é possível perceber o machismo, sexismo e violência na relação).

Seguem algumas fotos do nosso encontro:


Nosso grupo para "O Olho Mais Azul"

Colega apresentando ponto vista

Hora do lanche

Lanche

Praia dos Crushes vista do alto

Wakanda aproveitando o colinho

Tomando conta


Visão noturna, ao término do encontro

Nosso grupo para o O Olho Mais Azul

Ao fundo, as luzes da cidade

O Olho Mais Azul

Toni Morrison

Quilombo Literário










2 comentários:

Fernanda Maria disse...

A obra nos remonta a uma escrita entre a década de 60 e 70 e na particularidade do contexto norte-americano, contudo, situações e elementos presentes na narrativa ou narrativas, pois são personagens que se encontram, se entrelaçam em suas trajetórias, também nos diz que não são apenas escritos do passado ou norte-americano, é possível extrair elementos que permitem discussões de outras realidades e atuais. Apesar do livro não ser leve no sentido das histórias retratadas, quando compartilhado nas reflexões e destaques da obra permite uma troca e ampliação de compreensões.

Fernanda Maria

quilombo literario disse...

Obrigado, Fernanda, pelo comentário!

A autora escreveu a obra como resposta às movimentações pelos direitos civis do início da década de 60 nos EUA. É uma narrativa meio pesada, pois aquele momento da história do país assim o exigia.

A personagem Pécola percebe que somente tendo Olhos azuis poderia ter acesso a oportunidades na vida. O que não é muito diferente ainda hoje!

Obrigado pelo comentário!