Fortaleza,
21 de Janeiro de 2023.
Queridos/as amigos/as do Quilombo Literário, boa noite!
Como
estão?
Vamos
construir juntos o nosso próximo encontro?
Ainda não temos previsão de data, mas
precisamos definir qual obra discutiremos no primeiro semestre de 2023.
Que
tal escolhermos uma obra de um/a escritor/a africano/a?
A
Coordenação informa que ainda não leu a obra, apenas achou bem interessantes os
comentários de apresentação encontrados no site.
Então,
a Coordenação sugere a obra SOBREVIDAS, traduzida recentemente para o
português, de Abdulrazak Gurnah, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de
2021.
A indicação desse livro tem o intuito de abrir
nosso grupo de leituras para conhecer autores africanos que falem [ambientem]
histórias centradas em África.
Outras
sugestões de livros serão bem-vindas, assim poderemos elaborar a listagem para
votação.
Sobre
o autor: Abdulrazak Gurnah nasceu
em 1948 na ilha de Zanzibar, então protetorado britânico, atualmente parte da
Tanzânia. Aos 18 anos, deixou o país como refugiado e estabeleceu-se no Reino
Unido.
Trata-se
de “um romance arrebatador que tem como pano de fundo os efeitos brutais do
colonialismo na África Oriental”.
Segundo a Academia Sueca, o livro “... foge de descrições estereotipadas e abrem nossos
olhares para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para
muitos em outras partes do mundo."
Fernanda Silva e Sousa, da Folha de São Paulo, diz que o
autor defende que “as vítimas do colonialismo
não são meras vítimas nem estatísticas, mas seres humanos que sonham, riem,
amam, se casam."
Há muitos comentários e informações sobre
a obra no site.
O
preço da obra, informado no site, é:
-
kindle R$ 19,90;
-
capa convencional R$ 44,90
Da aba “páginas” [no site] selecionamos
o comentário abaixo:
“... Resumidamente, Sobrevidas
compreende um período de aproximadamente 80 anos e apresenta uma África cujas
fronteiras ainda estavam sob disputa, isto é, desde a colonização alemã da
Tanzania até 1963, dois anos depois da independência do país. Contudo, apesar
dos grandes eventos forjarem o rumo dos acontecimentos, são as pessoas comuns
que ocupam o centro da narrativa. Conforme explica David Pilling, editor do FT
Afrika: “Há um provérbio do leste africano que diz que quando os elefantes
lutam é a grama que sofre. Abdulrazak Gurnah é um escritor sutil demais para
recorrer a tal clichê. Mas Sobrevidas é uma história da grama”.
Com quase 400 páginas e cerca de 8 horas de leitura, o romance aborda um
assunto relevante mas pouco explorado: o emprego de soldados africanos,
comprados ou roubados, para defender os interesses do colonizador, no caso, a Alemanha.
Eles são representados por Ilyas e Hamza que, vizinhos na infância, trilham
distintos caminhos até um desfecho impactante mas abrupto, que é a principal
crítica ao livro.
Curiosamente, Gurnah estrutura a narrativa tendo
como arcabouço moral Khalifa. Pacifista e mal-humorado, ele é um guarda-livros
que abre o romance e pouco a pouco, vai estabelecendo laços com as demais
personagens, como a órfã Afia que, irmã de Ilyas, é criada por ele e a esposa.
Por sinal, “é através de Afia e Hamza que é aberta uma janela para o potencial
restaurador da confiança e do amor em Sobrevidas”. (Maaza Mengiste, The
Guardian) ...”.
No aguardo de comentários para escolha
da obra a ser trabalhada!
A Coordenação do
Quilombo Literário
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